Para sempre 11 de setembro
Derrepente casas abandonadas, roupas pelo chão, carros mal estacionados, comércios abandonados e bastante pó por todas as partes.
Derrepente um choro bem forte, a dor de um grito sem fim, um pesadelo que não sabemos o que é, mas sabemos que existe.
Um passo mais adiante, o surgimento da solidão de uma multidão forçada a correr pelo desespero.
Adultos e crianças deixam casas, correm sobre ruas e calçadas. Todos desnorteados, tropeçam nas esquinas, nos bancos das praças, uma verdadeira corrida contra o tempo.
A dor e o desespero tomam de conta dos pensamentos, dos sonhos, dos desejos, até da própria definição de que eu sou.
Caio por aí em frente aos destroços e levo comigo por aí a poeira dos corpos e inspiro um ar contaminado. Um caos total e uma incerteza de viver os próximos segundos.
Caem prédios sem parar, um após o outro, mesmo em outra esquina. Entulhos cobrem a papelada de um trabalho perdido. Onde queríamos chegar? O mundo está empoeirado, seco, tóxico.
Hoje, reflito minha fraqueza e a dor dos que já se foram.
Muitos anos já se passaram. Aquele cenário de tristeza já se transformou. Mas ainda existem os cadáveres que restaram dos precipícios. É os vestígios de um momento tortuoso, a existência de uma forte lembrança do passado. Quando não tem como controlar a dor que aparece em mente, é porque a mesma surge de dentro do coração.
O mundo nós impõe um vício, junto com isso traficam as nossas reais capacidades, tudo camuflado por uma série de ilusões. Hoje eu calculo a minha vida, nada de guerra, só paz e amor. Plantarei árvores que possibilitem uma prosperidade. Quero ouvir o vento tocar nas folhas. Quero ver a beleza da tranquilidade em minha consciência. Para tudo isso não haverá nenhum sacrifício, mas surgirão enormes vantagens.