Para onde o ensino da filosofia ‘deve conduzir’
RESUMO Os 25 séculos de produção filosófica ininterrupta e em tempos atuais, com marcante presença nos currículos de Ensino Médio brasileiro, instiga a pensar sobre os rumos do ensino da Filosofia. A reflexão objeto desse texto tem o intento de apontar para alguns dos principais desafios quando se procura conceber uma metodologia específica para o ensino da Filosofia no nível Médio. Para tanto, toma-se a Filosofia como lugar da crítica do estabelecido, a história da filosofia e o texto filosófico como elementos centrais para compreensão dessa especificidade. Pensar sobre uma proposta didática de ensino de Filosofia implica, antes de tudo, pensar sobre “para onde deve conduzir o ensino da Filosofia”. Busca-se entender o que materializa esse “conduzir”, ou seja, que elementos intervenientes são necessários para instituir o pensar filosófico no lócus da escola. Como a Filosofia pode se realizar em sala de aula considerando o texto, tempo das aulas, sistema de avaliação, projeto político pedagógico da escola, diretrizes curriculares do curso, desejos e necessidades dos alunos, acervo cultural de alunos e professor? Estes elementos, ao longo da História da Educação, manifestaram-se de várias formas, desde a forma autoritária em que o professor se colocava como o detentor do saber, até o “democratismo”, onde o essencial da educação – o aprender e o ensinar – acaba não acontecendo. PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Filosofia, Didática do Ensino de Filosofia, Leitura filosófica. - Pode me dizer, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui? - Isso depende do lugar para onde você deseja ir – respondeu o Gato. - O lugar para onde desejo ir? Francamente, para mim tanto faz. - Nesse caso, tanto faz o caminho que você seguirá. - Contanto que eu chegue a algum lugar... - Chega, na certa! Contanto que ande o tempo necessário. Alice viu que não era possível negar isso (CARROLL, 1991, p. 60-61). 1. INTRODUÇÃO Diferente