PAPEL DO TRABALHO EXPERIMENTAL, NA APRENDIZAGEM DA FÍSICA
O processo de Revisão Curricular do Ensino Secundário que o Ministério da Educação iniciou em Portugal em 1997, tendo como preocupação central a qualidade do ensino e da aprendizagem, deu particular ênfase ao ensino experimental, anunciando, em Julho de 1998, e uma das medidas referentes ao Ensino Secundário salienta ser essencial a “reorganização dos cursos gerais do ensino secundário, favorecendo a integração das dimensões teóricas e práticas e dando a devida relevância ao ensino de natureza experimental” (Ministério da Educação, 2000, p. 15).
Neste estudo vamos utilizar a designação Trabalho Experimental (TE) com o sentido proposto por Hegarty-Hazel, citada por Lazarowitz e Tamir (1994, p. 94): “é a actividade desenvolvida num ambiente criado para esse fim, envolvendo-se os alunos em experiências de aprendizagem planeadas, interagindo com materiais para observar e compreender fenómenos”.
O TE tem uma reconhecida importância na aprendizagem das ciências, largamente aceite entre a comunidade científica e pelos professores como metodologia de ensino, com resultados comprovados em muitas investigações. Contudo, nem sempre o recurso a TE se traduz por melhor aprendizagem pelo que, alguns autores, defendem a necessidade da sua reconceptualização à luz de uma perspectiva construtivista social da natureza da ciência e da aprendizagem (Hodson, 1996; Dolin, 2003). Assim, é pertinente repensar o seu papel na educação em ciências e procurar formas de concretizar em aprendizagem significativa as suas potencialidades. O objectivo deste trabalho foi o de fazer um levantamento do tipo de TE que é, geralmente, implementado em sala de aula, em algumas escolas portuguesas, bem como de situações que se reconhece terem sido frutuosas em termos de favorecer aprendizagem e de casos em que o contributo para a aprendizagem foi pobre. Neste último caso, procurou-se que os inquiridos apontassem caminhos que, em sua opinião, tornassem o TE