Paixão x impunidade
Assim como a tragédia de Santa Maria levou à tomada de medidas ásperas no que diz respeito à utilização de artefatos pirotécnicos em casa de shows colocando em risco a segurança dos usuários; a CONMEBOL como entidade organizadora das competições do futebol na América do Sul tomou uma medida drástica contra o “Corinthians” em relação ao sinalizador disparado por um torcedor da agremiação em La Paz; a proibição da entrada da torcida nos jogos da agremiação em partidas de mando; jogará com portões fechados e nos jogos que o clube disputará como visitante, seus torcedores não terão acesso aos ingressos.
Em minha opinião, custe o que custar; doa a quem doer, indiferente da cor da camisa e do poder aquisitivo do clube, deve-se começar a pensar em segurança dos estádios, estamos no limiar de uma “Copa do Mundo” sob nossos domínios e não se pode admitir tais comportamentos animalescos e dolosos.
Se tratando de um indivíduo adulto; isto é, com discernimento; verificando-se a inclinação do disparo na horizontal (ângulo menor que 90º) e levando em conta o alvo atingido, premeditado foi; ficou cristalina a intenção do “canalha”, que vitimou mortalmente o jovem Kelvin, boliviano de 14 anos; ardilosamente interrompendo-lhe qualquer aspiração de uma vida futura. O que se questiona é a situação dos 12 brasileiros, desrespeitados em território estrangeiro e ignorados pelas autoridades brasileiras. Lamentável e inescrupuloso, é ouvirmos autoridades corintianas falarem em suspender a ‘liminar” em proteção ao seu maior patrimônio; o torcedor, com o intuito mesquinho de resguardar uma provável perda de faturamento nos jogos da equipe em solo brasileiro; e em nenhum momento na mídia, ouviu-se alguém falar que a punição fora correta; numa demonstração corporativista do “Poder” financeiro em detrimento a uma vida humana ceifada; como banalização ostensiva da nossa espécie.
Não acredito que estamos preparados para realizar uma “Copa do