Paidéia
Pensar em poesia como fato de cultura significa remontar à história da civilização grega.Missão árdua, dada à possibilidade de se recair em generalizações precipitadas, ou mesmo, na pretensão de se refazer o percurso histórico que inicia com Homero e Hesíodo até chegar a Platão.
A autora destaca, a partir de Ilíada e da Odisséia, alguns elementos que nos permitirão mostra a densidade daquilo que geralmente designamos simplesmente por “poesia”.Poesia, pelo menos na antiguidade grega, é um fenômeno estruturador da cultura, ou melhor, poesia coincide com cultura, no sentido de educação e civilização.
Jovelina afirma que os textos de Homero são relatos que instituem práticas e determina modos de viver e pensar que constituirão o núcleo daquilo que chamaremos de “cultura grega”.
A despeito do que foi dito, o que importa é o reconhecimento da importância dos cantos homéricos para entendermos a formação e a fixação de uma cultura própria e exclusiva do povo grego.Inaugurando a tradição mitopoética, a Ilíada e a Odisséia são fontes de inspiração para Hesíodo e toda uma geração de poetas e pensadores.
Podemos dizer que tanto a Ilíada como a Odisséia cumprem a função de preservação, na memória, da cultura e do passado do povo grego e que elas representam justamente a intensificação das forças intelectuais e morais do povo grego.
Essas duas obras contêm uma extensa e profunda análise do mundo grego em todas as suas vertentes,das artes ás ciências, da prática individual à coletiva,resgatando o cotidiano do povo de outrora para recriar o da época do aparecimento de ambas epopéias, com a intenção de preservar vivos nas mentes dos helenos feitos memoráveis atribuídos ora aos homens, ora aos deuses.