Edward Teller, conhecido como o "pai" da bomba atômica, morreu na terçafeira (9/9), em sua casa no campus da Universidade de Stanford, na Califórnia. Tinha 95 anos. O cientista teve papel fundamental nas políticas de defesa e de energia dos Estados Unidos por mais de meio século, segundo obituário do jornal The New York Times. Nasceu em Budapeste, em 15 de janeiro de 1908. Após ter concluído o doutorado na Alemanha, na Universidade de Leipzig, em 1930, tornou-se professor da Universidade de Göttingen. Com a ascensão dos nazistas, o judeu Teller emigrou aos Estados Unidos e passou a lecionar na Universidade George Washington, em 1935. Naturalizou-se americano seis anos depois. A idéia de que seria possível construir uma bomba baseada na fusão de átomos de hidrogênio foi ouvida pela primeira vez em 1941, com o físico italiano naturalizado americano Enrico Fermi. No ano seguinte, na Universidade de Chicago, Fermi e equipe fizeram uma série de experimentos que culminaram na primeira reação nuclear controlada. Teller adotou a idéia de Fermi e passou a defender a construção da bomba de hidrogênio com tamanha veemência que ganhou o apelido de "pai da bomba H", que ele sempre repudiou. Quando os Estados Unidos iniciaram o Projeto Manhattan, em 1942, e abriram o Laboratório Científico de Los Alamos, no ano seguinte, Teller deixou a carreira acadêmica para juntar-se ao projeto que tinha como objetivo construir armas atômicas. A defesa feita por Teller para a construção da bomba de hidrogênio, que chamava de "superbomba", fez com que entrasse em atrito com o diretor do laboratório J.Robert Oppenheimer, que insistia em concentrar os esforços na bomba atômica. Quando a União Soviética explodiu sua primeira bomba atômica, em 1949, quatro anos depois de os americanos terem destruído as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki com artefatos similares, Teller viu na mais poderosa bomba de hidrogênio uma alternativa para superar os soviéticos na Guerra Fria. A maioria dos colegas