Os sonhos - Piaget

Os sonhos Cap. 3 Para as crianças é difícil compreender os sonhos, porque elas são realistas e ignoram a interioridade do pensamento. Por isso, o estudo da representação do sonho pelas crianças apresenta duas situações: o dualismo entre o interno e o externo, e o dualismo entre o pensamento e a matéria.
A técnica utilizada para saber qual a ideia que a criança tem de sonho precisa ser mais cuidadosa, pois elas perguntam bastante sobre seus sonhos e, principalmente, seus pesadelos. Piaget faz o uso de perguntas que penetram, mas que não influenciam as respostas da criança e nem as cansam. Primeiro questiona-se se ela sabe o que é um sonho e de onde ele vem. Depois se pergunta qual é o lugar do sonho e, em seguida, com o que sonhamos. Por último, questiona-se o “porquê” dos sonhos. Baseado nas respostas das crianças, Piaget separa três estágios:
1-) Aos 5 e 6 anos, a criança afirma que o sonho vem de fora, continua exterior e que sonha com os olhos.
2-) Por volta dos 7 e 8 anos, a criança acredita que o sonho vem da cabeça, do pensamento e da voz. Mas ele ainda é exterior, pois dizem que se encontra no quarto e que sonham com os olhos.
3-) Para a criança de 9 e 10 anos, o sonho já vem do pensamento, encontra-se na cabeça e sonha com o pensamento ou com os olhos, mas interiormente, ou seja, o sonho surge internamente e é interno.

Em relação ao sonho, além das confusões entre o interno e o externo e, entre o pensamento e a matéria, também há uma confusão entre o signo e o significado. Essa acaba mais cedo do que em relação ao pensamento e aos nomes, pois o sonho confunde, fazendo com que o signo sobressaia às coisas que representa. Assim, existe um paralelismo entre as representações das crianças em relação ao pensamento, aos nomes e aos sonhos.

1º estágio- O sonho vem de fora e permanece no exterior
As crianças, neste estágio, afirmam que as imagens de sonho vêem do exterior, seja das pessoas e das coisas com que sonharam,