Os princípios do conhecimento pertinentes
Os princípios do conhecimento pertinente
MORIN, E. Os princípios do conhecimento pertinente. In: Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. Ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2000, p. 35-43.
Em sua obra, intitulada Os sete saberes necessários à educação do futuro, Edgar Morin, antropólogo, sociólogo e filósofo francês, aborda alguns problemas da atual educação, com vistas a demonstrar aspectos essenciais para a melhoria dos sistemas de ensino e seus métodos em um futuro próximo. No segundo capítulo, que leva o título Os princípios do conhecimento pertinente, o autor pondera sobre algumas ideias em relação à contextualização do geral e do específico. Para ele, um dos grandes buracos negros da educação é isolar os dados que estão sendo ensinados, gerando certa insuficiência na aquisição do conhecimento. Neste ponto de vista, o ensino disciplinar, dividido e fragmentado, impede que o aluno desenvolva suas múltiplas capacidades para contextualizar o que vê em seu cotidiano, uma característica instintiva, geralmente podada nas escolas. Morin ressalta que o ser humano é, essencialmente, multidimensional, formado por várias partes. Deste fato vem a necessidade de conhecer o todo para conhecer as partes, e também o contrário. “O conhecimento pertinente deve reconhecer esse caráter multidimensional e nele inserir estes dados: não apenas não se poderia isolar uma parte do todo, mas as partes umas das outras” (p.38). A partir da leitura do referido capítulo, percebe-se que o autor valoriza e defende o estímulo à curiosidade, componente natural de toda criança ou jovem. Pensando na sociedade em seu formato mais recente e na educação, de modo geral, há muito que fazer. Morin está certo quando propõe as sete mudanças para um ensino melhor nesta obra de grande valor para o meio educacional, e a elas se unem muitas outras transformações indispensáveis. Romper antigos paradigmas de que ciências, economia ou matemática são partes únicas