Os poderes num imperio oceanico
Hespanha e Santos
Portugal era marcado por um império descontinuo espacialmente, que abrangia povos das mais diversas formas sociais e culturais. Desde ai, já vemos o caráter oceânico do império português, onde o mar é o próprio corpo do império, já que este é a ligação entre todas estas terras espalhadas. Esses vastos territórios não podiam ser administrados da forma tradicional, como os espanhóis, por exemplo, que se aproximaram bastante da forma usual europeia de se dominar terras. Os portugueses tinham que manter todas essas terras sob seu controlo, porém, de que maneira?
Portugal optou por um governo também “descontinuo”, ou melhor, pluralizado. Isso porque os moldes que se tinha para administrar um império até então, não comportavam toda a diversidade de situações, em todos os aspectos, e a magnitude que eram as terras ultramarinas portuguesas. Portugal cria então instituições das mais variadas para dar conta de administras todas as peculiaridades de seu império. Instituições essas que vão desde capitanias donatárias à acordos de vassalagem e protetorado.
A principio imaginamos que tenha havia um confronto grande entre o imaginário político moderno, que preponderava na época, e todo esse pluralismo administrativo de Portugal para com suas colônias. Mas esse mesmo imaginário tinha uma vertente pluralista bem forte, que dava base e legitimidade para que Portugal assim agisse.
O medo é que essas terras longes, ficassem muito autônomas, descentralizando demais o poder, e fazendo o metrópole perder espaço no comando.
Portugal colheu os frutos bons e maus dessa organização política diferenciada, já que é notório o tempo que Portugal conseguir manter e explorar suas colônias. Mas foi também essa pluralidade administrativa portuguesa que acabou distanciando as colônias da metrópole, e acabou por se tornar um dos fatores a incitarem independência nesses territórios ultramarinos