Os nós atados: a família em rede Ainda que em nível ideal o projeto de casar venha junto com o de ter uma casa, longe dos pais, como núcleo independente, os vínculos com a rede familiar mais ampla (pai, mãe, avós) não se desfazem com o casamento, sobretudo diante da instabilidade financeira que ocorre nas uniões conjugais entre famílias de classes sociais menos favorecidas. Além disso, as famílias carentes na fase de criação dos filhos não conseguem romper com seus laços familiares, devido as dificuldades financeiras enfrentadas para a realização dos papéis familiares no núcleo conjugal, onde o homem não consegue exercer sozinho o papel de chefe de família provendo tudo que é necessário para o sustento da casa, e para que assim a mulher possa exercer o papel de chefe da casa sendo ela quem cuida de todos e zela para que tudo esteja em seu lugar. Essas dificuldades ocorrem diante de fatos como uniões instáveis e empregos incertos, a vulnerabilidade das famílias mais carentes ajuda a explicar as frequentes rupturas conjugais, diante de tantas expectativas não cumpridas na configuração de gênero (marido e mulher), o homem se sente fracassado, como trabalhador e provedor, ao saber que está totalmente vulnerável a condições externas que escapam de seu controle, como por exemplo, o desemprego. Quando isso ocorre à mulher passa a assumir a responsabilidade do lar, passando a exercer o papel que antes era do marido de provedor, o que não configura problema para a mulher, que acostuma-se com facilidade a trabalhar fora. Diante disso o homem tem sua autoridade abalada e acaba separando-se da esposa, que acaba voltando para a casa dos pais que substituirão a figura paterna e formarão o que chamamos de nós atados, ou seja, laços de família inseparáveis.