Os Maias - Ramalhete: simbologia e descrição
Primeiramente, o Ramalhete é descrito como “(…) um pobre quintal inculto, abandonado ás ervas bravas, com um cipreste, um cedro, uma cascatazinha seca, um tanque entulhado, uma estátua de mármore (onde Monsenhor reconheceu logo Vénus Citereia) enegrecendo a um canto (…) na lenta humidade das ramagens silvestres.”
A aparência de abandono reflecte o sofrimento de Afonso devido à morte de Pedro.
O cipreste e o cedro são árvores que vivem muitos anos, unidos de forma incorruptível pelas suas raízes que a tudo resistem, simbolizam a morte de Pedro, por um lado, devido à associação do cipreste aos cemitérios, por outro lado, significa os laços entre Afonso e Carlos. Vénus, a deusa do amor, símbolo de amor e sedução, representa as mulheres fatais desta obra. Nesta primeira face, ela está bastante degradada, sugerindo a fuga de Maria Monforte.
Cascatazinha seca simboliza a ausência de vida, remetendo outra vez para a morte de Pedro.
Após o restauro, o Jardim do Ramalhete já é caracterizado como: “(…) seu quintalejo (…) tinha um ar simpático com os seus girassóis perfilados ao pé dos degraus do terraço, o cipreste e o cedro envelhecendo juntos, e a Vénus Citereia parecendo agora, no seu tom claro de estátua de parque, ter chegado de Versalhes, (…) E desde que a água abundava, a cascatazinha era deliciosa (…)”
Nesta face, a remodelação do jardim simboliza a esperança da família em Carlos.
A estátua de Vénus surge deslumbrante, anunciando a felicidade que Carlos viverá com o aparecimento de Maria Eduarda, não deixando, no entanto, de estar ligada à desgraça futura, enquanto símbolo feminino desestabilizador.
Cipreste e o cedro envelhecendo junto remete-nos já para a amizade de Carlos e Ega que é bastante forte.
A cascata agora com agua abundante significa também a vida e