Os maias
1. Apresentação da obra
Estrutura e arquitectura do romance
A estrutura de Os Maias é desde logo definida pelo próprio autor ao sublinhar a importância do subtítulo – Episódios da Vida Romântica.
Assim, Os Maias apresentam dois níveis narrativos relacionados directamente com:
O título – Os Maias – que remete para a historia de uma família ao longo de três gerações, incluindo a intriga/ acção central, que se constrói como uma acção fechada;
O subtítulo – Episódios da Vida Romântica – que aponta para uma descrição/ pintura de um certo estilo de vida, o romântico, através da crónica de costumes da sociedade lisboeta, particularmente da aristocracia e alta burguesia da época de 70 do século XIX. A crónica de costumes concretiza-se através da construção de ambientes e da actuação de personagens – tipo, revelando-se com uma acção aberta.
A arquitectura do romance conjuga três dimensões estruturadoras:
. Os antecedentes e evolução da família Maia;
. A intriga – relação incestuosa de Carlos e Maria Eduarda;
. A visão dos costumes quotidianos da sociedade lisboeta no final do século XIX, que serve de cenário da intriga central.
Na intriga secundária temos:
- A história de Afonso da Maia - época de reacção do Liberalismo ao Absolutismo;
- A história de Pedro da Maia e Maria Monforte - época de instauração do Liberalismo e consequentes contradições internas;
- A história da infância e juventude de Carlos da Maia - época de decadência das experiências Liberais.
Na intriga principal são retratados os amores incestuosos de Carlos e Maria Eduarda que terminam com a desagregação da família.
Carlos é o protagonista da intriga principal.
Teve uma educação à inglesa e tirou o curso de medicina em Coimbra.
A educação de Maria Eduarda foi completamente diferente, donde se conclui que a sua paixão não foi condicionada pela educação, nem pela hereditariedade, nem pelo meio.
A sua ligação amorosa foi comandada à distância por uma entidade