Os limites da interpretação
Os limites da Interpretação
Obra
ECO, Umberto. Os limites da interpretação, São Paulo: Perspectiva, 2000, 315 p.
Resumo
Fica clara a intenção do autor em um primeiro momento de defender o principio da interpretância, uma vez que o problema da interpretação é delineado exatamente como foi levantado durante as últimas décadas no âmbito dos estudos literários. Mostrar como a intenção do leitor e a obra estão diretamente ligadas por meio da produção textual e a construção do objeto textual por parte do interprete. Dois modelos abstratos são usados, o uso e interpretação, e toda leitura resulta da comistão dessas duas atitudes, porém pode acontecer, e ser criado, ou acabe produzindo uma lúcida e criativa interpretação. O texto passa a ser melhor e mais produtivo do prisma interpretativo segundo sua intentio operis, que inúmeras intentiones lectoris precedentes, camufladas de descoberta da intentio auctoris, haviam obscurecido e atenuado. A leitura pretextual, assume as formas do uso descontrolado para mostrar o quanto a linguagem produz semiose ilimitada ou deriva. Diante deste ponto a leitura pretextual tem funções filosóficas que tem por fim derrubar e aplanar uma ordem conceitual ou a não-conceitual.
A finalidade de uma mnemotécnica deveria ser a de reduzir a uma combinatória muito econômica e a uma regra de correlação elementar e intuitiva tanto o universo dos artifícios expressivos quanto o universo das coisas a lembrar. Para Eco, o conceito de semiose ilimitada em Peirce não se adéqua às teses de Derrida, uma vez que “o movimento desconstrutivo e a semiose ilimitada não são conceitos equivalentes”. O cerne da objeção de Eco não está na idéia de que um signo, em sua marcha evolutiva, representa outro signo, mas no porvir do signo. De acordo com Eco a “abertura” do signo na semiose ilimitada depende de futura determinação, uma vez que, para Peirce, a marcha do signo, por meio de uma série ilimitada de representações, deve ser concebida como