Os lados obscuros da mente
"O Exorcista", marco do horror, faz 40 anos
ANDRÉ BARCINSKI
Ouvir o texto
RESUMO Lançado no final de 1973, "O Exorcista", filme de William Friedkin baseado em best-seller de William Blatty, foi o primeiro blockbuster de horror de Hollywood. Sucesso da história da menina possuída pelo demônio foi propelido em parte pelo espírito da época, em que o ideal "paz e amor" cedia lugar a experimentos com o oculto.
*
Em 1973, William Friedkin era a própria encarnação do diabo para os executivos do estúdio Warner. Consagrado pelo sucesso de "Operação França" (1971), o diretor levou ao cinema o best-seller "O Exorcista", de William Peter Blatty. O filme estreou no dia seguinte ao Natal daquele ano, data não exatamente propícia para exibir uma menina se masturbando com um crucifixo. Mas a Warner tinha mais a temer.
O perfeccionismo paranoico de Friedkin apavorava os produtores. A filmagem, calculada em 85 dias, passou de 220, e o orçamento mais que dobrou em relação ao previsto.
Os métodos de Friedkin eram bem peculiares. Ele disparou armas dentro do estúdio para captar as reações de choque do elenco e mandou aumentar a força do dispositivo de cordas que arremessava Ellen Burstyn pelo quarto em uma cena -a atriz acabou machucando seriamente a coluna.
Divulgação
Max von Sydow, como o padre exorcista, e Linda Blair, como a garota possuída, no filme "O Exorcista"
Max von Sydow, como o padre exorcista, e Linda Blair, como a garota possuída, no filme "O Exorcista"
Para registrar o momento do exorcismo, o diretor transformou o estúdio num imenso frigorífico; aparelhos de ar-condicionado deixavam a temperatura abaixo de zero e permitiam às câmeras filmar a respiração dos atores. A equipe era obrigada a trajar roupas de neve.
Na célebre cena em que a menina Regan (Linda Blair), possuída pelo demônio, vomita no padre Karras (Jason Miller), Friedkin mandou o chefe de efeitos especiais mirar na cara de Miller, mas não avisou ao ator: sua