Os Donos do Poder - Raymundo Faoro (Resumo dos capítulos XII e XV)
Ao ser criada, a Liga Progressista inicia o processo de solidificação do Liberalismo no Brasil, “descongelando as aspirações liberais e transformando-as em avalanche”. A Liga questiona a legitimidade das oligarquias brasileiras e o Poder Moderador a partir do princípio de que “o rei reina, e não governa”. Buscam a pureza democrática. Em 1862, assumem a administração, após uma longa Era de conservadorismo, alterando o rumo dos interesses do estamento.
Porém, ao serem alcançados pelos Conservadores, nas eleições para 1868, iniciam um movimento que culminaria na ruína do Império. Os Liberais Exaltados já não acatam mais o ponto de vista dos Liberais Moderados.
O episódio da aceitação e rápida exoneração de Caxias do cargo de chefia nas operações no Paraguai promovem uma cadeia de eventos jamais imaginada. A aceitação de um cargo liberal por um conservador demonstra como o estamento coopta os dissidentes. A queda do Ministério de Caxias e a consequente queda de Zacarias geram uma brusca e perigosa interrupção do Liberalismo.
A fusão dos Progressistas com os Liberais Históricos, algo impossível no passado, faz com que em 1869 nasça um partido liberal sólido. A grande questão agora é a utopia da união entre a soberania popular e a Monarquia, que possuem forças em sentidos opostos. Já não basta o Liberalismo: o norte agora é o ideal republicano. Em 1870, o Jornal “A República” publica o “Manifesto Republicano”. Eles buscam a limitação do Poder Moderador, a reforma do sufrágio, a extinção da Guarda Nacional e o fim da vitaliciedade do Senado. Os Jornais se tornam armas poderosas para a propagação desses