Os donos do poder - formação do patronato político brasileiro
CAPÍTULO II: A REVOLUÇÃO PORTUGUESA
RESUMO:
Este documento aborda os aspectos iniciais da revolução portuguesa, uma parte mito importante da história de Portugal, onde o poder concentrado na coroa real, foi se descentralizando e colocando o Estado em outro rumo completamente diferente ao praticado até então.
PALAVRAS-CHAVE: Revolução; Comércio Marítimo; Estamento.
1 PRELIMINARES DA REVOLUÇÃO DE 1383-85: A NOBREZA, A BURGUESIA E DOM FERNANDO
A obra da consolidação da monarquia portuguesa, condicionada pelo capitalismo político, chegará ao seu ponto culminante por meio de uma revolução, a mais profunda e a mais permanente de todas as revoluções que varreram a história do pequeno reino. (FAORO: 41)
A mais profunda e permanente de todas as revoluções estava prestes a começar. Os fundamentos da revolução começaram a ser lançados com a abertura do comércio marítimo e a aproximação do mesmo à população do litoral. Quando estava em fase de expansão rápida, a nobreza e o clero se voltaram contra o crescimento popular com a proteção das comunas eu-ropéias que cresciam na Europa medieval.
Ao iniciar o século XIII, as discórdias entre as classes permaneciam e a costa povoada de norte a sul findavam suas bases de comércio marítimo em produtos agrícolas.
Nos meados do século XIV se iniciou as causas da revolução, a peste de 1348. Um terço da população sofreu sem poder se quer defender-se. Alteraram-se então as relações no campo entre empregados e empregadores. Os empregadores foram os dizimados em maior número, deixando assim propriedades e heranças abandonadas, os empregados aproveitaram a oportunidade e se apossaram das heranças abandonando a condição servil.
Assim a nobreza que tinha seus bens no campo se viu sem trabalhadores, enquanto novos proprietários até então empregados surgiam.
Quase sem trabalhadores a lei da oferta e da procura por eles, começou a gerar uma revolução nos