Mestiçagem
Em 1966, com A revolução brasileira, Caio Prado Júnior coroou sua tese iniciada em 1933, em Evolução política do Brasil: o Brasil foi capitalista desde o princípio da conquista portuguesa do território.
Consolidou ao mesmo tempo sua posição diante das teses do PCB sobre os países identificados como semicoloniais ou semifeudais: para ele, a formação social brasileira nunca comportou o feudalismo como modo de produção.
Na primeira edição de Evolução política do Brasil, Caio Prado Júnior afirmou que sua intenção não era realizar apenas um ensaio que fosse uma síntese da evolução política do país, resgatando uma história avessa aos heróis e aos grandes fatos das classes dirigentes, mas sem abandonar essas mesmas classes. O autor foi um dos autores originais, no panorama da historiografia brasileira, através da preocupação permanente com a recuperação da memória histórica das camadas populares.
Porém, afirmava ali que sua intenção, a partir de um método relativamente novo, o materialismo, era ir além da superfície dos acontecimentos, como faziam os historiadores de até então. Para Caio Prado, estes, até então, não viam que acontecimentos tais como as expedições sertanistas, as entradas e bandeiras, as substituições de governos e governantes e as invasões ou guerras eram apenas reflexos exteriores de algo mais profundo, expressão glorificada das classes dirigentes e da história oficial.
O autor, um dos primeiros a buscar interpretar a formação social brasileira a partir de pressupostos teóricos do materialismo histórico, incorporou, procurando negar e superar muitos dos historiadores tradicionais. Assim, a dificuldade sobre um material que ainda estava por constituir-se, expressava a necessidade do acesso a muitas fontes ainda inéditas, mas imprescindíveis para uma história mais ampla e crítica sobre o Brasil. O autor foi buscar na literatura histórica parte de suas respostas.
Aqui estava boa parte da razão da utilização de categorias