Os cem melhores contos brasileiros do século
Contrabandista
João Simões Lopes Neto
Conto em 3a pessoa, escrito numa linguagem “gaúcha”, marca de seu autor, repleto de coloquialismos, neologismos e expressões regionais. Entre flashbacks e referências à história do Brasil e do Rio Grande (Farrapos, Paraguai) conta-se a história de Jango Jorge, homem velho e valente que daria festa de casamento à sua filha. Na madrugada de véspera do casamento saiu para trazer o enxoval da filha, mas naquela época, segundo o narrador, que era um dos convidados, não se podia haver comércio na região e o que se fazia era o contrabando. Quando todos esperavam no dia seguinte pelo vestido, chega Jango Jorge em seu cavalo, estava baleado. No momento em que tiram-no do cavalo percebem que ele trazia o vestido branco da filha manchado com o seu sangue.
Galinha Cega
João Alphonsus
Um carroceiro compra uma galinha pela qual tem incomum carinho. Tempos depois de comprá-la, seu dono percebe que a galinha ficara cega. Então passa a dar-lhe de comer e beber pessoalmente todos os dias. Certo dia, crianças brincam de chutar a galinha e o carroceiro as chicoteia. Um dos meninos é filho do delegado e o dono da galinha é preso. Voltando pra casa, vê que a sua galinha fora estrangulada, pergunta à mulher quem fora e ela diz ter sido um gambá. Após esbofetear a mulher por não ter defendido sua galinha, o carroceiro é preso mais uma vez.
Depois de sair da prisão, o carroceiro arquiteta a vingança contra o gambá. Faz uma armadilha deixando cachaça para o animal. À noite quando finalmente está diante do gambá embriagado e pronto para a vingança, o carroceiro deixa o animal ir embora. O gambá sai do galinheiro.
Viagem aos seios de Duília
Aníbal Machado
Depois de aposentar-se, José Maria volta ao lugarejo onde nasceu para reencontrar a moça que lhe proporcionara um momento inesquecível. Quando era adolescente e estava prestes a partir do interior para a cidade grande, Duília, uma adolescente,