Geribitas
Em fins do século XVII, o grosso das importações angolanas de geribitas saía da Bahia (61%), enquanto Pernambuco detinha 26% . O Rio de Janeiro tinha, até então, posição insignificante, apenas 12,5%. Ao longo do século XVIII, contudo, o desempenho carioca refletiu fielmente a progressão do seu controle do tráfico angolano, fazendo o Rio se tornar o mais importante fornecedor de Angola. Em 1785, dizia-se que os africanos já tinham desenvolvido uma aguçada preferência pelo produto carioca.
Roquinaldo, citando Alencastro, ressalta que, por serem subproduto do açúcar nos engenhos, as geribitas apresentavam baixo custo de produção, além de proporcionarem um aumento de 25% nos lucros brutos dos engenhos, o que podia atenuar perdas no caso de eventuais crises econômicas. Outra grande vantagem é que a bebida possuía alto teor alcóolico (60%), o que contribua para a conservação ao longo da viagem (que era bastante curta, na verdade: levavam-se apenas 40 dias). Esses dois fatores (a boa conservação facilitada pelo alto teor alcóolico e a pouca duração da viagem) contribuíram para baratear o custo da geribita e torna-la mais difundida que as bebidas europeias, como o vinho ou a aguardente portuguesa. Nos sertões, se comparada às duas outras mercadorias essenciais no comércio de escravos – os panos asiáticos e as armas de fogo -, o desempenho das geribitas mostrava-se insuperável. No principal mercado fornecedor de escravos em Luanda, a