Felicidade em epicuro
Para Cassirer, a beleza é uma constante do fenômeno humano, sem necessidade de “teorias metafísicas sutis e complicadas” para a sua explicação.
No entanto, ela sempre foi alvo de paradoxos em meio às diversas correntes filosóficas. Até a época de Kant, a filosofia da beleza era ligada a fatores estranhos e exógenos, principalmente nas culturas “civilizadas” (ou “policiadas”, como diriam Auroux ou Derrida) a que se vinculavam a experiência estética e a própria arte. Em A crítica do juízo, entretanto, Kant deu a prova convincente da autonomia da arte no Ocidente em face de conexões obrigatórias com outros ramos do saber, como, na época, principalmente a teologia ou, pior ainda, da ciência.
A arte precisava passar a ser reconhecida dentro de sua lógica própria. Para isso, foi preciso distinguir-se a lógica da imaginação da lógica do pensamento racional, científico. Schlegel afirmará: “o princípio de toda poesia é abolir a lei e o método da razão que procede racionalmente e, uma vez mais, dar um mergulho na fascinante confusão da fantasia, no caos original da natureza humana”.
Foi com a obra Aesthetica (de 1750) que Alexandre Baumgarten trouxe à luz o primeiro ensaio sobre a lógica da imaginação.
No entanto, a lógica da arte continuava sendo considerada inferior à lógica do intelecto puro. Heranças de Aristóteles! Apesar de se conceber a lógica da arte como propiciadora de uma revelação moral e ética, feita por meio de figuras, ainda assim ela era considerada apenas uma “gnosiologia inferior” e sem autonomia.
A filosofia da arte e a filosofia da linguagem têm em comum o fato de atuarem sempre entre dois polos: sujeito e objeto. A palavra sujeito, no entanto, guarda tantas acepções, de intelectuais a metafísicas, que chega a ser necessário dizer-se de que sujeito se está falando. Repare-se que “sujeito” pode significar “o que sub-jaz” (do grego: hyppokeimenon) a todo o restante; o