Felicidade Definida por Epicuro
Epicuro dizia que felicidade é, essencialmente, ausência de dor, ou seja saúde, e de interferências externas como decepção e apatia. Isso para pessoas normais como você e eu, não para sábios como ele, acreditava que era necessário utilizar a razão para se desejar apenas os prazeres mais essenciais, para evitar os sofrimentos. Epicuro sofreu e suportou com firmeza dores excruciantes em seus últimos dias. A um amigo que o visitou à beira da morte, disse “a alegria de recebê-lo suplantara todo sofrimento que eu possa ter”.
Epicuro foi vítima de uma monstruosa injustiça da posteridade. Ele tinha uma vida extremamente frugal, econômica e prudente. Comia queijo, pão, tomava água. Basicamente, esta era sua dieta. E no entanto seu nome associou-se à gula, a excessos de variada natureza. Nada mais contrário do que à vida que Epicuro levava e pregava aos discípulos, “Quanto não desprezamos a saúde quando a temos?”.
Poder caminhar, respirar sem dificuldade, só descobrimos a importância de tais coisas quando as perdemos, afinal, o homem só começa a dar valor as coisas quando as perde, isso não se aplica somente a saúde, também ao amor, o dinheiro, as amizades, entre outros bens tangíveis ou não.. Não há riqueza que faça valer uma saúde precária. Os bilhões de dólares de Steven Jobs não lhe deram o vigor que precisava e nem evitaram uma morte na iminência da qual ele diria, segundo o relato da irmã: “Uau, uau, uau.” George Harrison morreu aos 58 anos, rico e consagrado, sem conseguir respirar por causa de um câncer no pulmão provocado pelos cigarros que fumou a vida toda, e o dinheiro não pode o salvar, por isso Epicuro considerava que essa era a felicidade que o homem deveria buscar.
Como já disse Nelson Rodrigues, o dinheiro compra até o amor verdadeiro. Pode ser. Mas não compra a saúde. O bilionário doente é um miserável diante de um mendigo vigoroso.
Parece algo tolo, mas seriamos menos atormentados se nos lembrássemos, todos os