Operadores argumentativos
Os operadores argumentativos são elementos lingüísticos que servem para orientar a sequência do discurso, isto é, “para determinar os encadeamentos possíveis com outros enunciados capazes de continuá-lo”. (KOCH, 1993, p. 104/105) tornando-o coeso e contribuindo para a construção de sua concordância. Nesse sentido, constituem marcas lingüísticas importantes da argumentação.
a-) Operadores de adição: Somam argumentos a favor de uma mesma conclusão, e fazem parte de uma mesma classe argumentativa.
São eles: e, também, ainda, nem, etc.
Exemplo: Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito. (ALVES, Rubens. Estórias de quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1984. P. 61-62).
b-) Operadores de finalidade: Indicam uma relação de finalidade.
Destacam-se: a fim de, a fim de que, com o intuito de, para, para a, para que, com o objetivo de, etc.
Exemplo: Nas duas semanas seguintes, mais de uma vez armou-se de coragem para falar com Aurélio (POZENATO, José Clemente. A Cocanha. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2000, p. 204).
c-) Os operadores de causa e consequência: Indicam uma oração subordinada, denotadora de causa.
São eles: porque, visto que, em virtude de, uma vez que, devido a, por motivo de, graças a, em razão de, em decorrência de, por causa de, pois, como, por isso que, já que, visto que, etc.
Exemplo: A esposa trabalhava agora com mais vontade, e assim era preciso, uma vez que, além das costuras pagas, tinha de ir fazendo com retalhos o enxoval da criança. (ASSIS, Machado de. Pai contra mãe. In: MORICONI, Ítalo (Org.) Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p.22).
d-) Os operadores de explicação: Induzem uma justificativa ou explicação relativa ao enunciado anterior.
Entre eles, citam-se: porque, que, já que, pois, etc.
Exemplo: Restavam-me, portanto, menos de duas horas, pois o trem