Os bestializados
Gustavo Gazzola - 8B
O termo “bestializado”, do livro de José Murilo de Carvalho, faz referência às características da população brasileira em relação ao Estado, fala sobre o problema de relacionamento entre o cidadão e o sistema. Quando a república foi proclamada, o povo, que deveria ser um dos protagonistas assistia a tudo bestializado. Inicialmente as pessoas achavam que iriam ter uma maior participação social, porem as organizações políticas careceram dessa união, nem mesmo a elite conseguia definir uma relação de Estado e cidadão. Mesmo havendo uma liderança, essa era isolada, um movimento a parte do Estado, como por exemplo a classe dos trabalhadores sindicais. Assim, não existia um cidadão consciente de seus direitos e deveres capaz de lutar por seus interesses. Mas por outro lado o povo entendia bem dos festejos, no qual acontecia com muita bebedeira musica e festa, por exemplo o carnaval e outras festas no qual a família real “juntava-se” ao povo.
Assim a população não negava o Estado, ele servia somente como um limitador do que a população podia ou não fazer. Isso ficou claro na Revolta da Vacina, a primeira mobilização social que confrontou o Estado foi para barrar o Estado que, na visão da época, avançava sobre os direitos do indivíduo, no caso, tornando a vacina obrigatória. Essa realidade levou inclusive a observadores europeus afirmarem que no Brasil não havia um povo de fato.
Um estudo realizado na primeira década do século XX que procurava queixas da população em relação ao Estado também nos mostra a falta do interesse político. A grande maioria das queixas vinha de funcionários e operários que trabalhavam diretamente para o Estado, normalmente se queixando de fiscais ou da polícia.
Tentando entender a origem disto, o texto analisa os valores das cidades europeias dos séculos passados. Nas cidades anglo-saxônicas, regidas por um poder maior onde houve grande ruptura da cidade medieval consumidora para a cidade moderna