Os Bestializados
Capítulo IV – Cidadãos Ativos: A Revolta da Vacina
Cenário.
Nesse capítulo o autor pretende analisar a chamada revolta da vacina buscando esclarecer a composição da população insurgente e as motivações justificadoras da revolta, ou seja, responder basicamente a duas questões fundamentais: Quem eram os revoltosos e por que se revoltaram.
Inicia a discussão lembrando o quadro político em que Rodrigues Alves assume a presidência, ou seja, vendo seu antecessor, Campos Sales, sair do Rio de Janeiro em meio a vaias devido a sua política de recessão econômica produzida por uma política de combate à inflação através da redução do meio circulante e contenção drástica dos gastos do governo. Embora tal medida tenha sido eficiente no sentido de elevar o câmbio, ela se fez à custa de insatisfação popular geral, de cafeicultores, operários, banqueiros e industriais, principalmente em função da redução de oferta de empregos e aumento das taxas de imposto. “Elevar o câmbio deixando o país na miséria. ”
Rodrigues Alves buscou então dar luz a programas de incentivo de obras públicas, financiado por recursos externos, para conseguir uma recuperação econômica. Seu governo foi marcado pelas obras de reforma urbana e saneamento no Rio de Janeiro, tendências que estavam em destaque na época, principalmente baseadas no modelo arquitetônico de Paris.
Para realizar tais reformas concedeu “poderes quase ditatoriais para o engenheiro Pereira Passos, nomeado prefeito, e para o médico Oswaldo Cruz, nomeado diretor do Serviço de Saúde Pública. ” (pg93) Obras como a construção de grandes avenidas, alargamento de ruas deram luz a uma nova paisagem para a capital da época. Pelo lado da saúde pública, Oswaldo Cruz enfrentou, primeiramente, a febre amarela. Logo a seguir, a peste bubônica. As ações da saúde eram feitas por visitadores que iam até as moradias dos cidadãos para analisar as condições de higiene de seus lares. Os lugares mais visitados eram,