Bestializados ou Bilontras
Com o início da república no Brasil no final da década de 1880 criou-se na população expectativas de como viria a ser este novo regime, qual direção o país tomaria e como seria o relacionamento dos cidadãos com o republicanismo. O historiador José Murilo de Carvalho traz no capitulo V “Bestializados ou Bilontras” de seu livro “Os bestializados”, possíveis explicações de como se estabeleceram essas relações entre a nova forma de governo e a população, focando na população carioca, por ser a cidade do Rio de Janeiro a capital administrativa do país no período.
O capitulo aborda então as visões e expectativas geradas em torno do cidadão republicano brasileiro e o autor inicia seu o texto com a ideia de que ao se instaurar o sistema republicano criou-se uma inúmera quantidade de expectativas e anseios por parte dos intelectuais da época e das lideranças de uma certa elite republicana sobre a ação popular neste novo regime. Assim como houve também aspirações dos líderes das classes operárias mais radicais para que esta população tivesse um vida política mais ativa com o novo estado.
Esperavam que a população brasileira reagisse da mesma forma que reagiram em outros países europeus quando instauraram suas repúblicas. Que os brasileiros a partir daquele momento tivessem a consciência da possibilidade de sua atuação política, que formassem partidos políticos, que discutissem ideias a respeito do estado, influenciassem nas decisões da gestão. Esperavam dos brasileiros maior organização, uma participação ativa direto no estado capaz de estabelecer direitos e deveres nesse novo momento da sociedade brasileira.
Só que a população carioca não era organizada através desses interesses políticos que correspondiam a essas expectativas de ação ou atividades que promovessem intervenção no estado. As estruturas cariocas se organizavam com base na cooperação e assistencialismo ou mesmo fins religiosos e festivos. Sendo