Os bestializados
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
FICHAMENTO DO LIVRO
OS BESTIALIZADOS
NATAL/2012
OS BESTIALIZADOS
Cap. 1.
Todas as feições mais marcantes da sociedade brasileira contemporânea se definiram com nitidez cristalina nos dois primeiros decênios do período republicano.
Aristides Lobo, o propagandista da República, manifestou seu desapontamento com a maneira pela qual foi proclamado novo regime. Segundo ele, o povo, que pelo ideário republicano deveria ter sido protagonista dos acontecimentos, assistir a tudo bestializados, sem compreender o que se passava. Há verdades contraditórias, mas o fato é que três dias após a Proclamação da Republica este observador já tenha percebido e confessado o pecado original do novo regime. Um sábio francês, residente no Brasil, Louis Couty concluiu ao analisar a situação sóciopolítica, em uma só frase: "O Brasil não tem povo". Seus olhos não conseguiam ver no Brasil aquela população ativa e organizada a que estava acostumado em seu país de origem.
Este livro analisa a fase inicial de consolidação do novo regime até o final do governo de Rodrigues Alves.
Como a maior cidade e a capital do país, Rio de Janeiro não podia deixar de sentir com mais intensidade do que as outras cidades, as mudanças que vinham fermentando durante os últimos anos do Império e que culminaram na abolição da escravidão e na Proclamação da República.
Na década que precedeu a República apresentou o maior crescimento populacional relativo à imigração de estrangeiros, a maioria do sexo masculino, com o acumulo de pessoas em ocupações mal remuneradas ou sem ocupação fixa, por isso a cidade do Rio de Janeiro ficou cheia de "gatunos e malfeitores" de todas as espécies, já sendo notável o número de menores abandonados.
O aumento do custo de vida era agravado pela imigração, maior oferta de mão-de-obra e luta pelo emprego; essa situação aumentou o movimento jacobino que começou no governo de Floriano Peixoto