Origem e declinio do imperio carolingio
As duas ondas invasoras germânicas
1. A primeira onda invasora
Os primeiros grupos germânicos atravessaram grandes distâncias até chegarem às regiões romanas em que se estabeleceram de maneira mais permanente: visigodos, na Espanha: ostrogodos, na Itália; vândalos, no norte da África, e burgúndios, na Sabóia.
Cada grupo contava aproximadamente com 80 mil indivíduos, dos quais 20 ou 25 mil eram guerreiros. Comparados aos 16 milhões de romanos que encontraram, os germânicos formavam um bloco diminuto. Sendo assim, era grande o risco de serem engolidos pelos conquistados. Para evitar que isso ocorresse, mantiveram juridicamente separadas as duas populações: romanos e germânicos eram regidos cada qual pelas suas próprias leis. Mesmo quando se converteram ao cristianismo, os germânicos não aderiram à ortodoxia católica, mas à heresia ariana, criando assim uma Igreja germânica separada.
Após ocuparem os extensos e populosos territórios que encontraram, os germânicos mantiveram os antigos funcionários romanos de baixo escalão, a fim de evitar o colapso dos mecanismos de governo. Adotaram o costume romano da hospitalitas (hospitalidade), com base no qual procederam à repartição dos bens, ficando com 1/3 ou 2/3 de terras e de escravos. No plano econômico, não modificaram em nada o escravismo e o colonato vigentes, preservando a vida econômica que gravitava em torno da villa (propriedade rural).
2. A segunda onda invasora
Esse quadro começou a mudar com a ocorrência da segunda onda invasora, integrada pelos francos, anglo-saxões e lombardos. Esses grupos conquistaram, respectivamente, a Galia, a Inglaterra e o norte da Itália, territórios por onde se expandiram. Esses novos invasores germânicos haviam sofrido pouca ou nenhuma influência romana.
Ao contrário dos primeiros invasores, os novos não percorreram longas distâncias, Quando os francos conquistaram a Gália, toda a sua população já estava concentrada numa região