Origem do conflito na líbia
A exemplo do ocorrido na Tunísia e no Egito, agora é a vez da Líbia - a maior revolta popular das últimas décadas tem por objetivo derrubar o ditador Muamar Kadafi, que governa o país desde 1969. Kadafi chegou ao poder por meio de um golpe de Estado, que depôs a monarquia de então. A situação do país, localizado no norte da África, é mais um capítulo da forte onda de manifestações populares no mundo árabe-muçulmano. Revoltas estão instaladas no Iêmen e no Bahrein e começam a chegar a Marrocos, Argélia e Omã.
Em comum com outros países, a Líbia tem a presença de um mesmo ditador há décadas, de profundas desigualdades socioeconômicas (com altas taxas de desemprego) e de ricas reservas de petróleo. Mas as coincidências ficam por aí. Diferentemente de outras nações, a Líbia não tem um exército estruturado que sirva de interlocutor com a sociedade (como no Egito) nem recortes religiosos bem definidos (caso de países do Golfo Pérsico). Não é um Estado-nação coeso e com sentimento consolidado de identidade nacional (casos do Egito e da Tunísia). Ao contrário, permanecem identidades tribais, manipuladas por Kadafi, e cisões entre as três grandes províncias do país.
A revolta na Líbia tem também contornos mais dramáticos de violência, se comparada às dos vizinhos. Essas características motivaram o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a adotar sanções contra o governo Kadafi. Convide a turma para examinar o desenvolvimento dos confrontos na Líbia e a refletir sobre mais um episódio desta verdadeira primavera dos povos árabe-muçulmanos, que traz esperança às populações ao mesmo tempo em que causa perplexidade e incertezas no