Entre os muros da escola
O professor e disciplinador, tem como meta fazer com que os alunos, além de aprenderem o idioma francês, comportem-se como uma turma homogênea, tarefa inglória e de difícil execução, visto a multiplicidade comportamental da classe, pela formação cultural, econômica e, sobretudo racial.
A critica especializada nos aponta como ponto forte do filme a linguagem – e neste particular- somos levados a concordar. Provêm da improvisação os melhores momentos do filme.
Neste raciocínio vale a pena destacar as atuações da personagem Khoumba, negra, é uma aluna chamada de insolente por se recusar a atender uma ordem do professor.Esmeralda, mestiça, que bate de frente com o professor, participa do Conselho de Classe, e sobretudo há a atuação do aluno Soyleumane, um garoto problemático que se indispõe com o professor e seus colegas.
Marin parece se importar com suas aulas e com o destino de seus alunos, mas ao mesmo tempo permanece vítima de um sistema de ensino que o calcifica numa teia de ensino incapaz de vencer o muro a muito colocado diante dos alunos. Seus esforços vão aos poucos sendo minados pela turma, por seus superiores e por fim, por ele mesmo, que já não enxerga mais perspectivas para seus alunos problema e sua relação com os alunos se abala.
No fim do ano, a aluna que quase não aparece no filme ainda declara que acha que não aprendeu nada ao longo do período de aprendizagem, o que nos deixa a impressão de que o filme questiona a validade desses métodos em detrimento de um sistema tradicional; no entanto, podemos justamente entender que o método não é o que está em cheque aqui, mas sim a atitude de professores perante seus alunos, suas culturas, seu contexto social; a