Origem das Mitas – Império Inca
Com um grande Império, os Incas precisaram desenvolver em uma grande organização para manter a ordem em suas vastas extensões de terra e pessoas. Sua população era distribuída em aldeias, cada aldeia era habitada por um conjunto de famílias, na qual representavam um ayllu ou quechua;
Em cada uma dessas ayllu era eleito um chefe, que normalmente era o fundador do grupo, reconhecido como o kuraka. As distribuições desses grupos eram em diferentes níveis, onde havia uma chefia centralizada, na qual a maior e mais potente ayllu elegia um kuraka que detinha o poder e chefiava todas as demais ayllus.Cabia ao poder o kuraka a distribuição das terras, a organização dos trabalhos coletivos e a regularização de conflitos.
Em cada um desses aldeamentos era exercido um sistema de campesinato, onde cada conjunto de agricultores e camponeses apresentava uma determinada extensão de terra na qual seu tamanho deveria ser o necessário para a subsistência de seu grupo familiar, onde existia uma coletividade entre os grupos durante o plantio e as colheitas.
As terras pertencentes ao kuraka deviam ser trabalhadas antes dos lotes individuais. Este trabalho devia ser exercido pela coletividade dos homens das ayllus. Os kurakas tinham permanentemente um grupo de trabalhadores a sua disposição, esses homens se dispunham em um revezamento.
“revezavam-se nos trabalhos que lhes eram designados, de forma a prestar ao kuraka um serviço contínuo. Todos os homens adultos do ayllu eram obrigados rodativamente a este serviço, conhecido como mita” ¹(FAVRE, p.35)
As mitas exercidas durante o Império Inca eram formas de força de trabalho, semelhante às corvéias. Não pertencia ao kuraka a cobrança de tributos ou a tomada de bens particulares, “a tributação só apareceu nos Andes após a conquista espanhola, e a administração colonial teve a maior dificuldade em estabelecê-la na medida em que ela ia de encontro às tradições nativas”². Competia ao kuraka a manutenção