Organização industrial
Texto de Jose Francisco Dias de Souza
A empresa alvo dos estudos efetuados por Souza(2006) seguia um padr~ao de organiza
c~ao do trabalho semelhante aos princpios tayloristas, baseando-se nos moldes da racionalizac~ao do trabalho. As atividades no perodo antecedente a automatizac~ao do setor de embalagens eram produtos de uma divis~ao pertinente do trabalho, sendo bastante distintas e dando origem a cargos especializados, no sentido da economia de faculdade mental e de movimentos fsicos. Com a implantac~ao da automac~ao no setor, ocorreu a transic~ao para um modelo de organizac~ao do trabalho fundamentado no enriquecimento de cargos. Os trabalhadores tiveram que se adequar a uma serie de novas atividades, sendo exigida uma polival^encia funcional. Em adic~ao, houve a atribuic~ao de uma maior quali cac~ao ao operador, o qual teve que se adaptar as novas tecnologias, e tambem de signi cante autonomia quanto a manipulac~ao e manutenc~ao da enfardadeira.
No entanto, apesar da aparente humanizac~ao do trabalho decorrente das mudancas organizacionais, os impactos sociais consequentes da automac~ao do processo de embalagem foram negativos. Devido a preocupac~ao evidente em apenas reduzir o custo da produc~ao, a situac~ao foi de ntida mecanizac~ao, com substituic~ao direta de pessoal pela maquina. Alem disso, o trabalho, apesar da maior autonomia e polival^encia do empregado sofreu reduc~ao de agregac~ao de valor. Este esta ciente da superioridade da qualidade de seus servicos em relac~ao ao da maquina e ainda tem que conviver com a instabilidade de seu cargo e o desperdcio de tempo de produc~ao (que e o verdadeiro agregante de valor ao trabalho) com reparos e retrabalho.
Como defendido pelas teorias da ERH, o descontentamento surge quando o operario percebe que a empresa se aliena a seus problemas. Chester Barnard armava que a ac~ao humana tem um carater incerto e os indivduos,