Oralidade
Para a produção do texto falado, emissor e receptor devem, em princípio, se situar no mesmo tempo e espaço, enquanto que, para a produção do texto escrito, isto não importa. Geralmente, o autor nem sabe quem será o seu leitor: ele constrói sozinho o seu texto. Por isso costuma-se falar do isolamento de quem escreve. Como conseqüência, o leitor só poderá dispor das informações que o texto oferece -- não há retorno, a não ser a longo prazo. O texto escrito tem de suprir, portanto, a ausência da situação, fornecendo o maior número possível de pistas para esclarecer o seu sentido, a sua intenção. Entretanto, essas condições não pressupõem que aquele que escreve deve ignorar seu interlocutor -- critérios de adequação continuam a existir: em uma carta pessoal, quando o interlocutor é conhecido; na linguagem jornalística, em que o interlocutor não é um indivíduo, mas um público relativamente determinado quanto a grau de escolaridade, classe econômica ou ideologia política, dependendo da linha editorial do jornal ou da revista.
São inúmeras as tentativas de reproduzir as características da oralidade, tanto na literatura como nos meios de comunicação de massa, com o objetivo de garantir mais veracidade aos personagens criados em romances, poemas, filmes e novelas. Na mídia televisiva e radiofônica, não encontramos esse tipo de oralidade que depende, exclusivamente, da situação. Na