Oralidade
Oralidade é a transmissão oral dos conhecimentos armazenados na memória humana. Antes do surgimento da escrita, todos os conhecimentos eram transmitidos oralmente. A memória auditiva e visual eram os únicos recursos de que dispunham as culturas orais para o armazenamento e a transmissão do conhecimento às futuras gerações. A inteligência estava intimamente relacionada a memória. Osanciões eram os mais sábios, pelo conhecimento acumulado.
Pierre Lévy faz uma distinção em "As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática, faz distinção entre a oralidade primária, onde a palavra, por ser o único canal de informação, é responsável pela gestão da memória social; e a oralidade secundária em que a palavra (falada) tem uma função complementar à da escrita (e posteriormente à dos meios eletrônicos), sendo utilizada basicamente para a comunicação cotidiana entre as pessoas".
Em muitas culturas, a identidade do grupo estavam sob guarda de contadores de histórias, cantores e outros tipos de arautos, que na prática eram autenticamente os portadores da memória da comunidade. Este é o caso do papel desempenhado na África Ocidental pelosgriot, sendo o relato mais famoso o dos feitos do rei Sundiata Keita, soberano do Império Mali.
Oralidade Primária
Segundo a teoria do filósofo francês Pierre Lévy, os elementos técnicos condicionam as formas de pensamento ou as temporalidades de uma sociedade. Antes do surgimento da escrita, a sociedade vivia no que, segundo ele, seria a oralidade primária, em que a palavra tem como função básica a gestão da memória social. Nesse caso o edifício cultural estaria fundado sobre as lembranças dos indivíduos.
Apesar da grande diversidade técnica das últimas décadas, Pierre Lévy escreve sobre a persistência dessa oralidade primária nas sociedades modernas, não pelo simples fato de falarmos, mas porque as "representações e maneiras de ser ainda são transmitidas independentemente dos circuitos de