Oposição ao regime
ABRIL 2014
FÁBIO DUARTE
ARTIGO SOBRE A OPOSIÇAO NO ESTADO NOVO
Em maio, grandes manifestações celebraram, nas ruas da capital, a derrota da Alemanha. As democracias, aliadas à União Soviética, tinham vencido a guerra e mostrado assim, a sua superioridade face aos regimes repressivos de direita. Salazar, tirou deste facto, a ideia de que o seu regime deveria democratizar-se ou corria o risco de cair. É neste contexto que, o Governo toma a iniciativa de antecipar a revisão constitucional (Constituição de 1933 que consagra a ideologia do Estado Novo), dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições antecipadas, que Salazar anuncia «tão livres como na livre Inglaterra». Um clima de otimismo instala-se entre aqueles que viam com maus olhos o Estado Novo, e é numa entusiástica reunião no Centro Republicano Almirante Reis que nasce a MUD (Movimento de Unidade Democrática), que congregou a força da oposição. O impacto deste movimento dá inicio à chamada oposição democrática. Como forma de garantir a legitimidade do ato eleitoral, o MUD formula algumas exigências, tais como: o adiamento das eleições por seus meses, a reformulação dos cadernos eleitorais, a imprescindível liberdade de expressão, de reunião e de informação. Como nenhuma das reivindicações do Movimento foram satisfeitas, concluiu-se que o ato eleitoral não passaria de uma farsa. As listas de adesão ao MUD, que o Governo requereu a fim de «examinar a autenticidade das assinaturas», forneceram à polícia política as informações necessárias para uma repressão eficaz, tendo muitos aderentes ao MUD interrogados, presos e despedidos do seu trabalho. Entretanto, o clima de guerra fria foi tomando conta da Europa e as preocupações das democracias ocidentais orientaram-se para a contenção do comunismo. Desta forma, em 1949, Portugal tornou-se membro da NATO, o que equivalia estar de acordo com os parceiros desta organização, pois o nosso país servia de barreira na expansão do