O cotidiano da oposição de classe média ao regime militar
O texto tem como objetivo tratar apenas de um segmento da sociedade que participou da resistência ao regime no período de 1964 a 1984, o da chamada Classe Média Intelectualizada que era formada por estudantes, professores universitários, profissionais liberais, artistas, jornalistas, publicitário etc. (...) deixando de fora os setores mais combativos da sociedade, que conduziram o país de volta a democracia: como o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a igreja e as oposições sindicais e populares. Este capítulo tem como objetivo descrever o que constituía ser oposição para essa classe, à experiência cotidiana durante esses vinte anos.
A classe média foi abalada com a vitória do golpe, uma vez que veio destituir a débil, mas primeira experiência de implantar uma verdadeira democracia no Brasil.
A sua resistência baseava se no mal estar provocado pela falta de direitos e liberdades individuais. E sua participação na maioria das vezes era feita de forma indireta. Os graus de participação e o grau de envolvimento na atividade de resistência variavam desde ações espontâneas de solidariedade até o engajamento nas forças armadas revolucionárias.
A historia da oposição no Brasil pode ser dividida em três fases: do AI ao AI-5 (1964-1968),do AI-5 ao inicio da abertura (1969-1974) e a longa transição rumo ao governo civil (1975-1984).
Na primeira fase a certa liberdade de movimento as oposições, a classe média acredita que o golpe foi um retrocesso político, mas transitório condenado ao fracasso em pouco tempo. Nesse período os nacionalistas e os comunistas (aqui representado pelo PCB) são amplamente criticados por sua imobilidade frente o golpe e seu abandono às metas revolucionárias. A classe média nesse período testa os limites da censura militar, até que ponto eles podem ir sem serem perseguidos.
Faz parte do cotidiano participar dos debates dentro da esquerda que se divide