Operação Purificação
Policiais de nove batalhões e supostos integrantes do tráfico foram acusados pela operação
Rio de Janeiro - Cinquenta e nove policiais foram presos nesta terça-feira em uma operação da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Federal e do Ministério Público estadual, contra um grupo de policiais acusados de receber propina do tráfico de drogas para não coibir atividades criminosas em favelas de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A operação, denominada "Purificação", foi desencadeada após um ano de investigação para cumprir 83 mandados de prisão, sendo 65 policiais militares e 18 supostos integrantes da principal facção do tráfico de drogas do Estado, de acordo com a Secretaria de Segurança. Onze supostos traficantes foram presos.
Entre os acusados estão policiais militares de nove batalhões que à época do início das investigações estavam todos no batalhão de Duque de Caxias, informou a secretaria.
"Não podemos aceitar policiais corruptos dentro da corporação. Temos que bani-los", disse o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrami, a jornalistas.
"É importante cortar na própria carne, para a instituição buscar legitimidade junto à sociedade. A PM pode cortar na própria carne e não precisa ficar esperando alguém fazer. Não é um luta da instituição A ou B. É a luta do bem contra o mal." "Trabalhos dessa natureza vão continuar acontecendo dentro da polícia do Rio de Janeiro", completou o secretário.
De acordo com as investigações, os policiais cometiam vários tipos de crimes no exercício da profissão. Além da cobrança de propina dos traficantes para permitir a livre ação do tráfico, eles são acusados de sequestrar parentes de traficantes e os próprios traficantes para cobrança de resgate.
As investigações revelaram ainda que os policiais presos faziam apreensões de armas, drogas, munições e carregamentos e exigiam dos traficantes compensações