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Lançamento da Campanha de Combate à Miséria e a Fome
CONTEXTO
Ao longo de 1993 é instalada e ganha vulto a Campanha Nacional de Combate à Fome e à Miséria. Neste e nos anos seguintes, milhares de pessoas comuns, artistas, movimentos sociais e políticos e instituições se envolverão com a finalidade de arrecadar recursos e alimentos e também de conscientizar a sociedade acerca do problema da fome e da miséria.
A campanha nasce em fevereiro, quando o presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, entrega ao presidente da República, Itamar Franco, uma proposta de Política Nacional de Segurança Alimentar, cujo conteúdo central era a elevação real dos salários e dos níveis de emprego, reforma agrária, apoio aos pequenos produtores rurais, venda subsidiada de alimentos e combate à desnutrição.
No mês seguinte, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, entrega ao presidente um estudo ("Mapa da Fome") mostrando que cerca de 32 milhões de pessoas passam fome no Brasil. Betinho vem a ser em seguida o presidente da Comissão Especial de Combate à Fome, criada pelo governo. Em abril, todos os ministérios apresentam propostas para o Programa de Combate à Fome, e Itamar Franco determina que a verba total a ser alocada será de US$ 21 bilhões.
Em junho, o IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - órgão do Ministério da Fazenda - divulga o resultado de um estudo sobre o tema, chamado de "Mapa da Fome II", pelo qual 9,17 milhões de famílias se encontram em estado de miséria absoluta.
O tema ganha dimensão política e invade a mídia. Debates, eventos, mobilizações se multiplicam em todo o país. As pessoas doam alimentos ou os trocam por ingressos para shows ou eventos esportivos. Betinho, antes conhecido quase somente por ser "irmão do Henfil", passa a ser respeitado nacionalmente. É bem verdade que as políticas públicas propostas na concepção original do projeto não são levadas a cabo. Mas o vigor que a discussão adquire na