Observando o familiar - Gilberto Velho
Observando todo o texto de Gilberto Velho, pode-se afirmar que, para o autor, a Antropologia, o melhor método de estudo e observação, seriam as pesquisas qualitativas, onde o pesquisador possa ter mais contato direto com o objeto de estudo, pois para algumas compreensões, é necessária uma maior convivência, um certo envolvimento com o tema, por existirem aspectos e fragmentos de certas sociedades e cultura, que não se pode conseguir ver na superficialidade, necessitando de uma pesquisa mais detalhada e de uma profunda observação e empatia.
Apesar, de que o mesmo afirma que para que o trabalho de um observador seja imparcial e neutro, o mesmo deve manter certa indiferença, até mesmo distância do observado, para que seu trabalho não seja influenciado pelo provável envolvimento entre o objeto de estudo e o pesquisador. Dentre outros pontos importantes, Gilberto Velho ressalta a importância do tempo de convivência, pois somente assim, poderia se identificar aspectos explícitos da cultura. No texto, ele diz que a família nem sempre é conhecido, mesmo nas grandes metrópoles, ocorrendo casos de total estranhamento causado no contato com sociedades exóticas. Estranhamento esse, provocado pelas descontinuidades existentes. Ele faz menção, de até mesmo o pesquisador ter sua posição hierárquica já estabelecida como também o senso comum, já que viver em sociedades complexas, com alto índice de hierarquização, onde a mesma se encarrega de organizar, mapear as camadas sociais e seus estereótipos está cada vez mais criando uma tipicidade de observação, onde se envolver fica cada momento mais difícil. Contudo, as dificuldades, não se limitam aos estudos urbanos, se por ventura observarmos apartir da ótica do pesquisador, que deixou todo o conforto de sua residência para embarcar em viagens para lugares distantes da sua zona de conforto familiar, afim tão somente, de obter matéria etnográfica para construção de um resultado de pesquisa