Resenha de Estagio III
Observando todos os pontos explicitados por Gilberto Velho, dá para perceber que há pontos positivos e negativos tanto no estudo de sociedades distantes quanto nos estudos de sociedades da qual fazemos parte.
De acordo com Velho, se faz necessário, ou no mínimo desejável, manter certa distância para garantir uma investigação imparcial da realidade. Dentre outros pontos, ele ressalta a importância do tempo de convivência para poder identificar aspectos menos explícitos da cultura. Segundo ele, o familiar nem sempre é conhecido, mesmo nas grandes metrópoles, há casos que provocam um estranhamento igual, se não maior, do que o estranhamento causado no contato com sociedades exóticas. Estranhamento esse, provocado pelas descontinuidades existentes. Viver em sociedades complexas, hierarquizadas, que organizam e mapeiam as camadas sociais e seus sujeitos com estereótipos, faz o próprio pesquisador considerar sua posição nessa hierarquia pré-estabelecida e de senso comum no momento da sua pesquisa.
Porém as dificuldades não se limitam apenas aos estudos urbanos. Olhando pelo lado do pesquisador que deixa o conforto de seu ambiente familiar e se aventura em viagens distantes a fim de obter seu material etnográfico, os empecilhos são grandes também. Uma dessas dificuldades é a de comunicação.
Contudo o intuito de Gilberto Velho não é enaltecer as dificuldades do trabalho de campo exótico, tribal, distante. Ele deseja descrever algumas de suas experiências na Antropologia Urbana para facilitar o aprendizado do leitor. Segundo ele, quando se estuda sociedades da qual fazemos parte, a unidade não seria dada pela língua, mas por experiências de classe existentes nessa sociedade – as cultura de classe. Nas sociedades modernas, ao contrário do que acontece nas sociedades tradicionais, o conflito é constante, pois os indivíduos têm interesses distintos e um desejo insaciável de satisfazê-los.
Na visão de Gilberto Velho, estar familiarizado não