Análise do filme "12 homens e um segredo"
O antropólogo brasileiro Gilberto Velho em seu texto Observando o familiar afirma que para analisar um fato devemos nos distanciar dele para que não haja um pré-julgamento de valores. Nesse momento o referencial teórico é extremamente importante pois o olhar único representa uma opnião.
Pra ele, apesar de indivíduos viverem em uma mesma sociedade (proximidade geográfica), não necessariamente compartilham das mesmas experiências. Dentro de uma sociedade existem diferentes grupos e um grupo pode ser considerado exótico perante os olhos do outro grupo, mas convivem paralelamente.
Podemos observar essa teoria de Gilberto Velho a partir da cena em que um dos jurados expõe para os demais a maneira correta de esfaquear uma pessoa quando se trata da faca usada no crime. Embora todos os jurados pertençam a uma mesma sociedade, apenas um deles sabia dessa técnica devido a experiências vividas por ele anteriormente. Isso é, esse jurado em questão pode transformar o exótico em comum, familiar para os demais jurados e essa informação influenciou no julgamento dos “fatos”.
O sociólogo norte americano Howard Becker apresenta teorias muito semelhantes às de Gilberto Velho e também afirma que interpretamos as coisas a partir das nossas experiências e dos nossos conhecimentos e pontos de vista. A interpretação é pessoal e íntima. Cada um traz o seu filtro próprio.
No julgamento dos “fatos” apresentados, 11 dos 12 jurados se utilizavam do senso comum, das próprias emoções e sentimentos. No entanto, apenas um jurado se propõe a analisá-los mais a fundo, observar o que foi exposto a partir de outros pontos de vista, e não somente daquele que foi apresentado.
A partir da análise mais detalhada dos “fatos” os jurados percebem que nem tudo se encaixa