Objetos Pela Linguagem
O texto inicia com algumas questões importantes, como os elementos centrais da filosofia quando olhada numa certa perspectiva unificadora se resumindo na questão da relação entre pensamento e linguagem. Ou de outra maneira, numa tentativa de expor a relação entre racionalidade e discurso. Uma direção que aponta para a relação entre hermenêutica e linguagem.
A filosofia trata de dois campos fundamentais enquanto reflexão racional: ela analisa o problema da verdade dos enunciados, a verdade das proposições teóricas; e o problema da fundamentação da ação humana a partir de certas normas morais.
Mas o importante é distinguir entre discurso filosófico e discurso científico, entre racionalidade filosófica e racionalidade científica, porque no universo das ciências humanas, existem múltiplas ciências que utilizam da interpretação ou da hermenêutica como instrumento de justificação e, portanto, como um instrumento de racionalidade.
O problema é distinguir onde a filosofia pode utilizar a hermenêutica, dando conta da racionalidade que ela pretende possuir e onde a ciência pode utilizar a hermenêutica para dar conta de sua racionalidade. De maneira mais simples: as ciências não tratam de si mesmas, as ciências sempre tratam de um objeto de alguma maneira exterior a seu próprio discurso. As ciências, portanto, falam de dentro do próprio mundo e a filosofia fala desde uma perspectiva sobre o mundo, a filosofia fala do mundo.
As ciências não podem tratar daquilo que as envolve numa perspectiva, porque elas se dão dento de um mundo e não podem falar sobre ele, pois elas se movimentam ocupando-se de objetos do mesmo. Já a filosofia fala sobre essa totalidade. Por essa razão, talvez seja impossível separar inteiramente uma hermenêutica que seria instrumento das ciências, de uma hermenêutica filosófica.
A ciência aborda a partir de momento determinado um objeto e o explicita cada vez mais através de um discurso determinado. A filosofia aborda o mundo e o