OBJETOS DE REFERENCIAÇÃO
Introdução O presente trabalho visa analisar, através de um estudo comparativo, o mesmo objeto de discurso central de duas matérias jornalísticas presentes em duas diferentes revistas nacionais (Veja e Isto É, datadas de dezembro/2013) e elaborar sua cadeia referencial. Com o intuito de observar o modo que o referente é retomado e as nomenclaturas para tal retomada, escolhemos duas reportagens referentes ao plano político da candidatura do senador Aécio Neves para à presidência do Brasil. Para fundamentar as teorias que serão abordadas no trabalho, utilizaremos um texto de Mônica Magalhães Cavalcante, intitulado “O que dizemos hoje sobre o referente”, presente no livro “Referenciação: sobre coisas ditas e não ditas”, de 2011. Trabalharemos conceitos como o componente dêitico, correferencialidade e não correferencialidade por meio de anáfora direta e indireta, encapsulamento e recategorização. A finalidade do estudo é saber qual a intencionalidade do autor de cada um dos textos no uso dos referentes, ou seja, se há uma tentativa de neutralidade ou não, ou se há uma construção negativa ou positiva do objeto.
Fundamentação teórica Com o estudo da Linguística Textual, chegou-se à conclusão de que o texto é um processo, no qual seu sentido não é dado, mas construído. Através das matérias de revistas, tentaremos exemplificar tal processo, visto que, sutilmente, juízos de valor são possivelmente inferidos a partir da leitura e análise. De acordo com o dicionário Luft da língua portuguesa, reportagem é a “ação de obter informações para transmitir em noticiários de jornais, televisão”, por meio de uma “notícia desenvolvida sobre um assunto” (LUFT, 2002, p. 572). Segundo Cavalcante (2011), os processos referenciais se dividem em duas possibilidades: introdução referencial (refere-se a quando as entidades são introduzidas no texto pela primeira vez) e anáforas (quando há continuidades referenciais por meio de evocações por