NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA
Refletindo sobre a prática educativa e a formação docente, tendo em vista a autonomia dos alunos, Paulo Freire apresenta os saberes que considera necessários e indispensáveis para a prática docente, caracterizada como crítica ou progressista. Tais saberes são agrupados em três áreas: a relação intrínseca docência-discência, ensino como não transferência de conhecimento e ensino como uma especificidade humana.
1º Não há docência sem discência
"Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender" p. 25
1- Ensinar exige rigorosidade metódica
Freire é contra a "educação bancária", ou seja, o princípio de que o professor depositaria no aluno o conhecimento, e quando necessário, poderia sacá-lo. Para o autor, ensinar não é simplesmente transferir conhecimento de uma mente a outra, como transferimos dinheiro de uma conta a outra. Tanto aluno quanto professor devem tornar-se sujeitos da construção e reconstrução do saber ensinado.
2- Ensinar exige pesquisa
O professor deve pesquisar para conhecer o que ainda não conhece e comunicar ou anunciar a novidade. O professor deve desenvolver a "curiosidade epistemológica", que leva ao conhecimento mais elaborado do mundo.
3- Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos
É preciso estabelecer relações entre os saberes curriculares fundamentais e a experiência social dos alunos.
4- Ensinar exige criticidade
É preciso desenvolver a curiosidade crítica.
5- Ensinar exige ética e estética
O ensino dos conteúdos não deve acontecer de forma a ignorar a formação moral do educandos; por isso é criticável restringir-se a tarefa educativa em aspectos só ligados a treinamento técnico.
6- Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo
Pensar certo é fazer certo.
7- Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação
8- Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
É preciso