Nutrição
10% dos pacientes com grandes queimaduras evoluem para óbito, cujas principais causas são o edema pulmonar, pneumonia, sepse e falência de múltiplos órgãos. Essas complicações estão relacionadas com a nutrição insuficiente. A terapia nutricional (TN) revolucionou o tratamento do paciente queimado, como uma intervenção alternativa ao hipermetabolismo descontrolado que interfere diretamente na sobrevida de pacientes gravemente queimados. A intervenção nutricional deve ser iniciada precocemente para atenuar os efeitos adversos à resposta hipermetabólica, e assim, contribuir na aceleração do processo de cicatrização, minimizar a resposta inflamatória, controlar depleção corporal e diminuir a morbimortalidade. O paciente queimado grave tem hipermetabolismo acompanhado de hipercatabolismo de aminoácidos e excreção de nitrogênio urinário aumentado, sendo que os aminoácidos também são perdidos por meio do exsudado da ferida da queimadura o que afeta diretamente no estado e na necessidade nutricional, é ainda um paciente com grandes complicações clínicas, a secreção hormonal de glucagon, catecolaminas e glicocorticóides, que orienta o metabolismo no sentido catabólico estimulando a gliconeogênese. O balanço insulina/glucagon apresenta-se desequilibrado e bloqueia indiretamente as ações da insulina, bem como seus efeitos anabólicos. A presença aumentada de dipeptídios circulantes
devido à quebra de proteína muscular bloqueiam de forma direta as ações periféricas da insulina sendo assim, é imprescindível uma terapia nutricional individualizada. O objetivo principal da terapia é minimizar a resposta metabólica ao trauma e suas consequências, como a perda de peso, a redução dos mecanismos de defesa e a diminuição do processo cicatricial. Durante a grande instabilidade hemodinâmica, comum na fase inicial das queimaduras, as medidas antropométricas, bioquímicas e imunológicas sofrem alterações, sendo os valores obtidos