NUtrição
Nutrigenômica: a ciência da nutrição na era pós genoma
Aline de Conti
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Imagine o seguinte cenário: uma mulher de 25 anos preocupada com sua saúde e com histórico familiar de obesidade procura orientação. Uma equipe multidisciplinar solicita o sequenciamento de seu genoma e analisa os dados com auxílio de um software específico. A análise dos dados revela uma alta probabilidade da paciente desenvolver diabetes quando chegar aos 45 anos. A equipe orienta algumas modificações no estilo de vida, inclusive, de hábitos alimentares.
Assim, é elaborada uma dieta personalizada com base no DNA da paciente para reduzir o risco de desenvolvimento da doença. Essa paciente adquire no setor de alimentos personalizados do supermercado produtos específicos para seu genótipo. Após alguns meses a mulher retorna a consulta e parâmetros de expressão gênica da paciente são avaliados para verificar a efetividade da conduta adotada na redução do risco de desenvolver diabetes.
Há alguns anos atrás esse cenário de atendimento clínico de rotina seria apenas uma ficção futurista, contudo, atualmente, ainda que por um custo elevado, é cientificamente plausível e tecnicamente viável realizar o sequenciamento do genoma humano. No entanto, a capacidade de interpretar com precisão os dados gerados a partir do sequenciamento e a melhor maneira de utilizar essa informação para reduzir o risco de desenvolver doenças
FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 15 - 2010
ainda requer mais estudos.
A importância da nutrição na saúde não é uma idéia nova. Mais de dois mil anos atrás,
Hipócrates, o pai da medicina ocidental, escreveu: “Deixe teu alimento ser teu remédio”.
Atualmente, conhece-se uma variedade de alimentos com propriedades funcionais, ou seja, alimentos que além das funções nutricionais básicas produzem efeitos benéficos à saúde.
Por exemplo, o consumo de alguns tipos de peixes e vinho tinto está relacionado à redução de risco de