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Quem trabalha em um frigorífico enfrenta diariamente uma série de situações prejudiciais à saúde que a maior parte das pessoas sequer imagina.
Exposição constante a facas , serras, instrumentos cortantes , realização de movimentos repetitivos podem gerar graves lesões e doenças. Pressão psicológica para dar conta do alucinado ritmo de produção. Jornadas exaustivas até mesmo aos sábados, ambiente asfixiante e muito frio.
Uma das reações naturais do corpo humano a baixas temperaturas é a contração dos músculos. Por si só, isso já exige maior energia para a realização de qualquer movimento. O frio constante também causa impactos no aparelho respiratório e facilita o aparecimento de doenças como sinusite e pneumonia.
Mas um dos principais problemas do trabalho em frigoríficos é a elevada carga de movimentos repetitivos em um curto espaço de tempo. Para desossar uma sobrecoxa de frango, por exemplo, há trabalhadores que realizam até 120 movimentos em apenas 60 segundos.
Porém, estudos científicos apontam que o limite de ações por minuto deve se situar na faixa de 25 a 33 movimentos, de forma a evitar o aparecimento das chamadas doenças osteomusculares. Ou seja, há trabalhadores que realizam quatro vezes mais movimentos por minuto do que o limite considerado saudável pelos médicos. Tudo isso para manter o elevado ritmo de produtividade cobrado pelas empresas.
Quais são os principais perigos à saúde do trabalhador de um frigorífico?
Em um frigorífico, o contato direto com facas e maquinário pesado gera muitos acidentes – classificados tecnicamente de “trauma”. Já o ritmo intenso de trabalho e a carga de movimentos repetitivos provocam as chamadas doenças ocupacionais.
Algumas estatísticas oficiais do Ministério da Previdência Social (MPS), do governo federal, mostram que quem trabalha em um frigorífico está mais exposto a determinados tipos de problema de saúde do que a média dos empregados em todos os outros setores