Nova schin
A outra mudança, dramática e imprevista, trará conseqüências que só o tempo revelará.
Trata-se de um vazio no comando, causado pela morte do empresário paulista José Nelson
Schincariol, até então o presidente da empresa, assassinado duas semanas antes do lançamento da Nova Schin. Ainda sob o choque da tragédia, enquanto as notícias sobre a investigação do crime eram destaque na imprensa, os executivos da empresa se viram diante da necessidade de se reorganizar e tocar o plano de marketing da nova cerveja.
Até agora a Schincariol, com seis fábricas espalhadas pelo país e 6200 funcionários, não tem presidente. A gestão está provisoriamente a cargo de um colegiado, constituído pelos dez diretores que se reportavam a Nelson. Entre eles estão seus filhos, Alexandre e Adriano, seu irmão,
Gilberto, e seus sobrinhos Gilberto Júnior e José Augusto. "É como um time que perdeu o melhor jogador", diz Adriano, de 26 anos, diretor de marketing da Schincariol, cotado como possível sucessor do pai. "Os demais membros da equipe têm de ajudar um ao outro e cobrir a ausência dele." Nos escritórios centrais e na fábrica da Schincariol em Itu, no interior paulista, a atividade é intensa para atender à demanda criada pelo lançamento. De quando em quando, é inevitável deparar com sinais da presença de Nelson, durante quase cinco décadas na empresa. Ele começou a trabalhar aos 13 anos limpando rótulos de garrafa para o pai, o imigrante italiano Primo
Schincariol, e morreu aos 60 anos. Na Toca do Tatu, uma espécie de refúgio implantado no meio da área de produção, onde gostava de passar horas tomando cerveja e petiscando com amigos e convidados, é possível ver uma das raras fotos de Nelson, tirada numa comemoração interna.