Nova ortografia no museu da lingua portuguesa
|História da Ortografia da Língua Portuguesa ( Prof. David Gonçalves Lavrado ( |
|Vice-Diretor da Faculdade Moraes Júnior |
HISTÓRIA DA ORTOGRAFIA PORTUGUESA
Prof. David Gonçalves Lavrado *
A história da ortografia da língua portuguesa compreende três períodos:
1º ( FONÉTICO, das origens medievais (século XII) até meados do século XVI;
2º ( PSEUDO-ETIMOLÓGICO, de meados do século XVI até os primeiros anos do século XX;
3º ( HISTÓRICO-CIENTÍFICO, de 1904, data da publicação da Ortografia Nacional de Gonçalves Viana, até nossos dias.
PERÍODO FONÉTICO
A grafia da fase arcaica da língua portuguesa representava exclusivamente os sons da fala, inexistindo a preocupação de escrever-se consoante a origem das palavras. Assim, por exemplo, escrevia-se omem, honrra, liões, etc. Contudo, a grafia não era, por falta de sistematização, absolutamente fonética, porquanto havia palavras com mais de uma grafia, indecisões, emprego de um mesmo sinal com valores diversos: haver/aver; nõ/nom/non; hidade/idade/ydade; homem/omem/ome. O h, por exemplo, podia indicar tonicidade da vogal: he (é); a existência de hiato: sahida (sa-í-da), trahedor(traidor; o som i : sabha (sabia); e, às vezes, era usado sem função definida: hua (uma). Conquanto não houvesse um padrão uniforme na escrita, a tendência era indiscutivelmente fonética: Escrevia-se não para a vista, mas para o ouvido.1
PERÍODO PSEUDO-ETIMOLÓGICO
Os estudos humanísticos no século XVI levaram os eruditos a procurarem sistematizar a grafia portuguesa, aproximando-a da latina. A grafia etimológica nessa época consistia em conservar as letras de origem das palavras, mesmo que não tivessem valor fonético algum. São incorporados ao nosso léxico com aspecto gráfico do Latim não só os vocábulos novos mas também os que já possuíam formas vulgares