Nos bastidores da disney
Leonardo Boff, com formação em teologia, filosofia é autor de vários livros de cunho teológico, filosófico e ecológico dentre outras áreas de conhecimento. Na obra “A águia e a galinha” ele aborda a história de uma águia criada como uma galinha, compreendida como uma metáfora da condição humana. E ao interpretá-la sugere que devemos apreender a existência de duas dimensões da existência humana: a da galinha simbolizada por suas raízes, o cotidiano, o limitado, e a da águia simbolizada pela abertura, o desejo, o ilimitado, coloca ao leitor: o questionamento de como equilibrar essas duas dimensões indispensáveis para o processo de realização humana, e o de como impedir que a águia que há em nós venha sucumbir ante a cultura da homogeneização, nos impedindo de voar. O autor busca em diversas áreas de conhecimento humano - cosmologia, antropologia, psicologia, ecologia, a espiritualidade e a mística – mostrar caminhos e resposta a esses desafios, mediante uma reflexão sobre a busca da identidade humana nas suas contradições e superação de obstáculos, sentimentos e criatividade diante de situações ameaçadoras. Ele salienta a importância do ponto de vista do leitor, pois a história “A águia e a galinha” pode ser entendida como alguém a lê, o que implica a necessidade de saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo, conhecer o lugar social de quem olha - sugere que cada leitor é co-autor, pois compreende e interpreta a partir do lugar social em que habita. Disto remete o leitor a considerar pressupostos no processo de formação de personalidade do ser humano, cuja existência deve ser construída num processo gradual e cita como exemplo a história de Gana, de seus povos originais e de seus costumes, antes de se tornar colônia portuguesa e posteriormente inglesa. Quando ressalta a importância da população ganense sempre ter possuído consciência da sua ancestralidade