Normalidade
iante do título ao lado, gostaríamos de fazer um exercício de crítica com referência às palavras (conceitos) ali enunciadas, deixando-nos surpreender, ou admirar, sobre o que elas implicam, ou pressupõem. É Aristóteles quem nos diz que a atitude fundamental do cientista é a "admiração". Ela consiste em nos colocarmos diante do algo (ad) e olhar criticamente para ele (mirari), tentando perscrutá-lo em sua prfoundade. Com outras palavras, é um pouco penetrar o mistério das coisas, tentar chegar o mais próximo de sua essência, desvendá-lo, isto é, ir tirando os véus superficiais que o encobrem e que não permitem perceber sua verdadeira realidade.
Arrisquemos, pois, esse exercício.
Pode muito bem ser que ele poderá provocar a muitas pessoas, possibilitandolhes, certamente, uma visão mais abrangente e mais completa da realidade por elas significada. Gostaríamos até de prevenir aos leitores para que fossem vendo essas considerações também de uma maneira crítica, sem aceitar, de antemão, o que for sendo discutido. E desculpemnos também por certa possível irreverência que possa transparecer de nossas considerações. Acreditem, no fundo, dizemos isso com muito respeito. São, afinal, certas convicções nossas. E fazemos isso num sentido de solidariedade.
Examinemos, pois, sucessivamente, os dois conceitos.
Categoria
É dito, inicialmente, que o excluído, é, constitui uma categoria. E a análise que, de saída, gostaríamos de fazer é exatamente sobre o que significa, e o que implica, falar em "categoria".
Nos manuais de metodologia somos instruídos de que as categorias se constituem e se definem através de duas características essenciais: a) devem ser abrangentes, e b) mutuamente exclusivas. Dizendo o mesmo com outras palavras, afirma-se que uma boa categorização é aquela que consegue colocar todos os fenômenos dentro das categorias propostas (abrangência), e aquela que ao mesmo tempo não permite que nenhum fenômeno possa ser colocado em mais de uma categoria (mútua exclusão).